COVID-19, pacientes hipertensos, diabéticos e que fazem uso de ibuprofeno.

Por Cristiano Estrela Himmen

 

Pacientes que fazem uso de anti-hipertensivo à base de inibidores da ECA (enzimas conversoras de angiotensina 2) e bloqueadores dos receptores da angiotensina II tipo I (BRA), tiazolidinedionas (utilizado para o tratamento da diabetes) e ibuprofeno devem se atentar para o texto a seguir pois fazem parte de um grupo de risco de contaminação pelo COVID-19 (SARS-CoV-2) com prognóstico desfavorável.

Como citado anteriormente, essas medicações são utilizadas para tratamento de hipertensão e diabetes respectivamente. Já o ibuprofeno, é um anti-inflamatório muito utilizado para a redução da febre e melhora temporária de dores leves a moderadas, tais como: dor de cabeça, dor de dente, dor muscular, dores nas costas, dores relacionadas a problemas articulares (como capsulite, bursite, tendinite, tenossinovite…), dores associadas a processos inflamatórios e/ou traumáticos (como entorses e distensões), cólica menstrual e dores associadas a gripes e resfriados. O ibuprofeno também é amplamente utilizado em quadros pós-operatórios odontológicos e merece uma atenção especial por nós, dentistas.

Essas medicações aumentam a expressão de enzimas conversoras de angiotensina 2 (ACE2), receptores que existem em células epiteliais dos pulmões, intestinos, rins e vasos sanguíneos, e aos quais o COVID-19 (SARS-CoV-2) se liga para infectar o organismo humano.

É justamente por isso que os pacientes com doenças cardíacas, hipertensão e diabetes são as que fazem parte do grupo de maior incidência de casos fatais, e os pacientes com comprometimento sistêmico, fazem parte do grupo infectado que apresenta maior índice de sintomatologia da infecção pelo COVID-19.

Caso algum paciente faça uso de algum desses medicamentos, recomendamos procurar o dentista ou médico (os profissionais capacitados para a prescrição de medicamentos) que lhes prescreveram tais medicações para avaliar o risco-benefício da troca dessas medicações, e, se for o caso, realizar a substituição por outra.

MUITO IMPORTANTE:

“NÃO DEIXE DE FAZER USO DE NENHUMA MEDICAÇÃO POR CONTA PRÓPRIA OU BASEADO EM TEXTOS ADQUIRIDOS NAS REDES SOCIAIS OU INTERNET”.

Como identificar se a minha medicação é à base de ibuprofeno (princípio ativo)?

1. Na embalagem do seu medicamento, logo abaixo do nome fantasia, que vem em maior destaque, deve estar escrito o princípio ativo de cada medicação. Neste caso, deve estar escrito “ibuprofeno”.

 

Fig.1: Exemplo de medicamento não genérico.

 

 

2. Nos medicamentos genéricos, não existe o nome fantasia, somente o nome dos princípios ativos.

 

 

Fig.2: Exemplo de medicamento genérico.

 

 

 

3. Você também pode encontrar o princípio ativo do medicamento na respectiva bula no tópico “composição”.

Como saber se a medicação que utilizo é à base de inibidores da ECA (enzimas conversoras de angiotensina 2), bloqueadores dos receptores da angiotensina II tipo I (BRA) ou tiazolidinedionas (utilizado para o tratamento da diabetes)?

1. Você vai encontrar essa informação na bula de cada medicação, no tópico “Propriedades farmacodinâmicas” ou “mecanismos de ação”.

2. Caso você não possua mais a bula da medicação, é possível buscá-la aqui.

  • Após acessar o link, no campo “medicamento”, você vai digitar o princípio ativo (encontrado logo abaixo do nome fantasia do medicamento ou, no caso dos medicamentos genéricos, aparecerá como única identificação na embalagem) e clicar em “pesquisar”.
  • Irá aparecer uma lista de medicamentos que possuem esse medicamento, você deve clicar em “bula do profissional” (qualquer uma).
  • Após abrir o arquivo com a respectiva bula, você encontrará essa informação no tópico “Propriedades farmacodinâmicas” ou “mecanismos de ação”.

 

Referências Bibliográficas:

  1. https://www.thelancet.com/journals/lanres/article/PIIS2213-2600(20)30116-8/fulltext
  2. https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/situation-reports/20200301-sitrep-41-covid-19.pdf?sfvrsn=6768306d_2
  3. Davd E. Golan, Armen A. Tashijian, Jr, Ehrin J. Armstrong, April W. Armstrong. Princípios da Farmacologia: A base fisiopatológica da farmacologia; 3ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2018.

 

 

Dr. Cristiano Estrela

Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial;
Especialista em Implantodontia;
Professor do Curso de Cirurgia Oral Menor do GAAAC;
Pós-graduado em Cirurgia Ortognática;
Pós-graduado em Implantodontia;
Pós-graduado em Cirurgia Oral Menor;
Pós-graduado em Harmonização Facial.
Credenciamento em Sedação Consciente com Óxido Nitroso;
Credenciamento em Odontologia Hospitalar.
Membro e Conselheiro Fiscal da ACBDF (Associação dos Cirurgiões Bucomaxilofaciais do Distrito Federal)

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