Cirurgia Oral Menor: qual o procedimento?

A Cirurgia Oral Menor são pequenos procedimentos que podem ser realizados no próprio consultório odontológico, geralmente com a ajuda de anestesia localizada e de rápida recuperação. Entretanto, essas cirurgias devem ser realizadas por especialistas sérios e rigorosos, utilizando o equipamento adequado, os melhores produtos e cuidando da assepsia de forma apropriada. São consideradas como exemplo de cirurgia oral menor: remoção dentes inclusos, apicectomias, frenectomias, exodontias simples e dos terceiros molares (siso).

Os dentes do Siso ou Terceiros Molares são os últimos dentes da dentição permanente a nascer (erupcionar) na boca, isso está acontecendo cada vez mais cedo, o que antes acontecia por volta dos 18 anos. Daí a denominação popular de dente do juízo. Esses dentes são em número de quatro, sendo dois no maxilar superior e dois no inferior (mandíbula), e estão localizados na região mais posterior desses ossos. Algumas pessoas têm ausência parcial ou total dos sisos por não apresentarem o germe dental desse dente, o que geralmente ocorre pelo fator de herança genética. A cirurgia oral menor mais conhecida é a extração do siso, o último dente da arcada dentária que geralmente cresce depois da fase de evolução dentária e acaba por trazer certas complicações para o indivíduo. O sistema estomatognático, assim como os demais sistemas orgânicos, sofreu várias modificações no decorrer  da evolução dos seres humanos. Houve uma redução no tamanho dos  maxilares e na quantidade de dentes, culminando no quase  desaparecimento dos quartos molares, vistos atualmente como  supranumerários, nas anodontias de prés e terceiros molares e nas inclusões dentárias, as quais são cada vez mais freqüentes.

Com relação aos fatores sistêmicos podemos citar doenças que interferem no desenvolvimento somatório do homem como o raquitismo, as disfunções hormonais, a sífilis congênita, a tuberculose, a progeria, a acondroplasia, o mongolismo, a disostose cleidocraniana, entre outros. Já as causas locais são representadas por obstruções mecânicas como falta de espaço, trajetória de erupção, degenerações teciduais, anomalias próprias do dente (dilaceração radicular e macrodontia, por exemplo) e outros fatores.

A falta de espaço para uma acomodação correta dos sisos nas arcadas dentárias acontece com frequência. Quando isso ocorre, esses dentes podem aparecer parcialmente na boca, ficando recobertos por gengiva, ou mesmo nem aparecer, permanecendo mal posicionados e retidos dentro do tecido ósseo. Ao permanecerem parcialmente recobertos por gengiva, os resíduos dos alimentos ficam constantemente depositados nessa região e devido estes dentes estarem posicionados bem posteriormente, a escovação dental torna-se ineficiente para limpar adequadamente o local. Com isso, essa região passa a ter uma inflamação constante, podendo causar mau hálito, cárie, dor e infecção, podendo provocar fortes dores na região. Ao permanecerem dentro do tecido ósseo, ficam muito próximos ou encostados no dente ao lado, o segundo molar, podendo causar cárie, reabsorção de raiz, infecção e a formação de cistos.

 

 

Quando devemos remover os dentes sisos?

Dentes mal posicionados devem ser extraídos antes de causar danos locais e gerais às pessoas,  preferencialmente nas idades mais jovens ( entre 15 a 21 anos), pois podem ainda estar em anatomia de germe dental ( sem raiz) e com uma estrutura óssea rica em colágeno que proporciona ao osso com maior plasticidade, o que facilita sua remoção. Pacientes com mais de 40 anos e que ainda possuem dentes inclusos ou impactados intraósseos devem ser acompanhados por exames radiográficos anualmente, porém sua remoção poderá ser evitada na grande maioria das vezes. O risco de se manter os dentes inclusos até os 40 anos, procede devido a possibilidade de desenvolvimento de patologias como cisto ou tumores oriundos do capuz pericoronário, tecido este que margeia e  circunda a cora dental.

Recomenda-se que todo adolescente, entre os 13 e 14 anos de idade, deverá realizar uma radiografia panorâmica para avaliação e diagnóstico precoce. Sempre que possível devemos solicitar radiografias panorâmicas para planejar a cirurgia do siso, para a sua segurança e maior sucesso do procedimento cirúrgico devido seu baixo custo e grande quantidade de informação com baixa dose de radiação. Em alguns casos, pode ser necessária uma radiografia complementar ou tomografia para precisar a posição das raízes do siso em relação ao nervo alveolar inferior.

Preferencialmente a cirurgia deverá ser realizada por um especialista, e para remoção de um, parte ou os quatro sisos é realizada em um tempo operatório reduzido, com segurança, rapidez, técnica precisa e geralmente sem qualquer dor. Todas as orientações e prescrições necessárias para um pré e pós-operatório são fornecidas por escrito e adequadas para cada caso em particular, antes da intervenção cirúrgica. Geralmente um período de repouso pode variar entre um a três dias após a cirurgia. É evidente que até a alta completa do tratamento, as atividades físicas, banhos de sol e os excessos deverão ser evitados. Siga uma alimentação fria e leve, evitando comidas crocantes e/ou quentes. Sorvete é sempre uma boa pedida, pois evita sangramento e vasodilatação.

Apicectomia

A cirurgia endodôntica é indicada quando perfurações, instrumentos fraturados, calcificações e anormalidades anatômicas são responsáveis pelo insucesso do tratamento endodôntico convencional.

Em caso de infecções endodônticas persistentes, em que a carga bacteriana é mais resistente e não responde ao tratamento mais conservador (tratamento de canal) a cirurgia de apicectomia poderá ser indicada. Na grande maioria dos casos, basta proceder a um correto tratamento ou re-tratamento de desvitalização para se conseguir erradicar o agente causal promovendo uma resposta do nosso próprio sistema imunitário, sendo assim revertida a lesão e formando-se novo osso à volta das raízes. Quando existem lesões é porque existe uma carga bacteriana aumentada no interior do dente, quer seja o resultado de uma resposta inflamatória que terminou num processo de necrose, ou até num dente com um tratamento de desvitalização anterior que não conseguiu remover completamente o conteúdo bacteriano e que acabou por dar origem a uma lesão. Muitas vezes, ela é assintomática, de desenvolvimento gradual e lento, provocando destruição óssea da região.

A apicectomia é uma cirurgia que tem por finalidade a remoção de uma lesão que se forma no ápice (ponta da raiz do dente) e identificada através de exame radiográfico.  Nesta cirurgia, além da remoção da lesão pode-se remover também a ponta da raíz (cerca de 3 mm) que é onde se encontram o maior número de variações anatômicas que podem conter os microrganismos responsáveis pela infecção. Após remoção da ponta da raiz, realiza-se um selamento da estrutura remanescente para prevenir futuras recidivas. Normalmente, o pós-operatório é indolor ou provoca um desconforto mínimo, o que se resolve com analgésicos. É importante controles radiográficos para confirmar a progressão do tratamento, podendo ser uma radiografia anual e acompanhada por no mínimo 3 anos.

Dentre as modalidades cirúrgicas mais utilizadas para a resolução de dificuldades, acidentes e complicações da endodontia convencional, estão: curetagem com alisamento apical, apicectomima, apicectomia com retrobturação, apicectomia com retroinstrumentação e retrobturação e obturação do canal simultânea ao ato cirúrgico.

 

 

Frenectomia

O frênulo da língua vai da metade da face inferior da língua até o assoalho da boca. Esta prega mucosa vai de uma parte mais fixa para uma parte com maior liberdade de movimentos. A anquiloglossia, popularmente conhecida como “língua presa”, é uma anomalia do desenvolvimento caracterizada por alteração no frênulo da língua resultando em limitações dos movimentos desta estrutura, podendo ainda gerar alterações de fala. A alteração da inserção pode variar desde a ponta da língua até o rebordo alveolar lingual sendo visível desde o nascimento até a idade adulta.

Quando existe alteração do frênulo da língua pode-se encontrar como conseqüência, boca entreaberta, alterações oclusais e periodontais, dificuldade nos movimentos realizados pela língua, assim como postura baixa da mesma na cavidade oral. As funções de mastigar, deglutir e a produção dos sons da fala podem se alterar. As alterações de fala mais comumente encontradas são as distorções dos fones [s] e [z] e do vibrante alveolar simples em todas as suas posições. Como adaptações ou compensações durante a fala observa-se ainda a ocorrência da diminuição do espaço entre maxilares, aumento da salivação, movimentos mandibulares excessivos de lateralização e anteriorização, o que pode gerar imprecisão da fala. A amamentação e a fala são as alterações mais freqüentes quando o frênulo da língua se encontra alterado.

A Cirurgia: 

Cirurgiões bucomaxilofaciais intervêm cirurgicamente para corrigir as alterações do frênulo da língua. O fonoaudiólogo atua avaliando as condições do frênulo da língua via inspeção visual, verificando os movimentos da língua e avaliando as funções orofaciais de mastigação, deglutição e fala.

Recém nascido:

A frenectomia nos bebês costuma ser indicada quando o frênulo da língua dificulta a movimentação da mesma ou a amamentação, podendo ser executados logo após o parto ou mesmo em consultórios odontológicos. A indicação de frenectomia ou da fonoterapia para melhor adaptação da função alterada está relacionada à formação do profissional e a seu conhecimento sobre o assunto, sendo utilizado, na maior parte das vezes, critérios pessoais. Existe considerável controvérsia com relação à indicação ou não de cirurgia.

 

 

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